Huberto Rohden

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Professor Rohden

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sexta-feira, 27 de julho de 2012

O HOMEM


13 – Que é o homem?
O homem é a mais perfeita individuação consciente de Deus aqui na terra.


14 – O homem tem alma?
O homem é a alma, isto é, o próprio espírito de Deus em forma individual, a qual se manifesta por meio dos sentidos do corpo e dos pensamentos da inteligência.


15 – O homem foi creado por Deus ou veio do animal?
Todas as coisas finitas vêm do Infinito; a Fonte é uma só, os canais são vários; o homem veio da Fonte Única (Deus) e fluiu através de muitos canais finitos (organismos).


16 – Creação e evolução são conceitos contrários?
Não. Creação e evolução são conceitos complementares; todas as coisas emanadas do Infinito (creação) fluem e evolvem através de formas finitas (evolução).


17 – Em que consistem a creação e a evolução?
Creação é a manifestação parcial do Infinito em forma finita; evolução é a continuação dessa manifestação, de um finito menor para um finito maior.


18 – Pode-se provar que o homem foi creado?
Nenhum processo creador pode ser provado empiricamente, mas, como todo finito exige, em última análise, uma fonte Infinita, segue-se que todos os finitos derivam do Infinito, o que se chama creação.


19 – Existe creação do nada?
A suposta creação do nada é uma transição parcial do Todo para o Algo, mas não do Nada para o Algo; porém, como o Todo da essência é o Nada da existência, pode-se dizer que a creação é um processo do Nada existencial para o Algo existencial.


20 – Que foi que a ciência provou da origem do homem?
A ciência provou que o corpo físico do homem de hoje veio através de formas orgânicas anteriores, menos perfeitas.


21 – Que é que a lógica racional diz da origem do homem?
A lógica diz que o homem de hoje não é efeito do animal de ontem, porque nunca o efeito é maior que sua causa; o animal não é, pois, a causa ou fonte do homem, mas apenas a sua condição ou canal.


22 – Não estava o homem de hoje contido potencialmente no animal de ontem?
Estava, sim; não no sentido de que o animal contivesse em si o homem, mas no sentido de que o corpo animal serviu de veículo para canalizar a vida humana da Fonte Infinita através de vários canais finitos até seu estado atual.


23 – Qual é, pois, a verdadeira origem do homem?
A origem do homem é a mesma de todos os outros seres finitos, o Infinito; veio do Infinito da Fonte através de muitos finito ou canais.


24 – Pode o homem de hoje ultrapassar o seu estado atual?
Pode, sim, porque a natureza, ou potencialidade, do homem é a racionalidade (razão), e o homem de hoje atingiu apenas a intelectualidade (intelecto).


25 – Pode o homem intelectual produzir o homem racional?
Em face da lógica e da matemática, não pode o menor causar o maior; por isso, o homem intelectual de hoje não pode ser causa intrínseca do homem
racional de amanhã; mas pode aquele ser condição extrínseca ou canal para este – assim, como em tempos pré-históricos, a inteligência humana de hoje veio através dos sentidos.


26 – O homem pré-histórico era verdadeiro homem?
Sim, porque ele era potencialmente o que o homem é hoje atualmente – assim como o homem intelectual da hoje é potencialmente o homem racional de amanhã; ninguém se torna explicitamente o que não é implicitamente.


27 – Então, o potencial é maior do que o atual?
Sim, porque o atual é apenas uma manifestação parcial do potencial, que é o imanifesto total; a existência atual é menor que a essência potencial.


28 – Há esperança de uma evolução ulterior do homem?
Anatomicamente, o homem não mudará, provavelmente; mas funcionalmente os seus nervos cerebrais evolverão ainda, a fim de lhe possibilitar a captação de vibrações cósmicas que ele ainda não percebe hoje em dia.


29 – Pode o homem acelerar a sua evolução funcional?
Pode, sim, afinando os seus nervos cerebrais, assídua e intensamente, por vibrações superiores do universo, captará o homem mensagens que hoje fogem à capacidade da sua antena receptora.


30 – Qual o processo para essa sintonização superior?
O processo consiste em excluir periodicamente da sua consciência física e mental as vibrações materiais dos sentidos e as vibrações mentais da inteligência e, nesse ambiente de quietação físico-mental, intensificar a sua consciência espiritual – até poder manter esta consciência espiritual no meio do mundo material e mental.


31 – Quantas vezes deve o homem praticar esta sintonização superior?
Não se pode estabelecer regra geral para todos; se tomar meia hora da manhã e meia hora à noite, para esse exercício, preparará o caminho para captar as vibrações superiores do universo, sabendo por intuição espiritual o que não conhece por análise mental.


(Catecismo da Filosofia)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu e os meus defuntos

Um dos maiores sofrimentos para muitos é a morte de pessoas da família ou amizade.


E esse sofrimento é agravado pelo espantalho que certos teólogos  fazem da morte e daquilo que, segundo eles, vem depois da morte... Quase todos ensinam que, depois do julgamento, a alma vai para um céu eterno, ou então para um inferno eterno.


Um cientista moderno, dr. Raymond Moody Jr., escreveu um livro intitulado Vida depois da Vida, em que ele narra o resultado de centenas de pesquisas e entrevistas com pessoas clinicamente mortas, mas que "reviveram" depois. O livro abrange pessoas de todas as condições sociais e de todas as ideologias religiosas e filosóficas.


As narrativas dos "redivivos" coincidem admiravelmente em muitos pontos: quase todos falam de fenômenos ou vultos luminosos que viram; muitos passaram por um túnel escuro que terminava em luz; muitos se encontraram com entidades protetoras e com amigos falecidos...


Na realidade, a morte não marca nada em definitivo; é apenas uma transição de um modo de existência para outro modo. A morte é comparável ao  despimento de uma roupagem e revestimento de outra...  A palavra corpo não deve ser identificada com matéria. Corpo é um revestimento ou um invólucro do espírito, desde que o espírito se encarnou, tornando-se alma, isto é, ânima daquilo que anima ou vivifica...


...O corpo humano pode existir em formas várias. A nosso vida terrestre, em corpo material, não é a nossa única existência. A realização plena do homem não pode estar restrita a 30, 50, 80 anos. Ela abrange o ciclo total de milhares de anos ou de séculos. Podemos dizer que a evolução do homem é sem fim. Somos eternos viajores rumo ao Infinito. E esta viagem ascensional ao Infinito é a nossa vida eterna, que não é uma chegada definitiva, mas uma jornada indefinida, uma sinfonia inacabada.


Não é nenhum Deus externo que nos leva ao céu, nem nos manda ao inferno- é o nosso Deus interno, o nosso Eu humano que faz tudo isto.


Os nossos defuntos não estão no céu nem no inferno, em sentido teológico, estão em plena jornada evolutiva, ascensional ou descensional.


O que interessa aos sobreviventes saber é se, e como, poderão ajudar os seus queridos defuntos.


Toda a vibração reforça outra vibração da mesma frequência ou espécie. Esta lei vale tanto na física quanto na metafísica. Um pensamento, um desejo, um ato de amor, uma prece, uma atitude espiritual são vibrações emitidas por nós- e podem afetar a alma do defunto, suposto que para isso ela tenha a necessária abertura ou receptividade. Nada sabemos dessa receptividade, mas podemos admitir que seja propícia às nossas emissões.


...Quando um homem tem a perspectiva correta sobre a sobrevivência do seu Eu espiritual e de seus defuntos, pode sofrer com certa serenidade a separação deles.


Um dos maiores sofrimentos  é, a separação de pessoas queridas. E esse sofrimento não é aliviado por meio de pêsames e condolências, que não passam de uma espécie de camuflagem, embora permitida. Nessa hora dolorosa deveríamos atingir as profundezas de uma verdadeira consolação de outra espécie.

As nossas teologias tradicionais pouca consolação podem dar aos sobreviventes enlutados. A idéia de um lugar definitivo, chamado céu, e de uma vida estática, chamada vida eterna, está cedendo aos poucos à verdade de uma evolução indefinida e progressiva rumo ao Infinito. Aqui no planeta Terra, estamos nós, os viajores, em corpo material; paralelamente, em outra região do Universo, estão outros viajores em corpo imaterial, os nosso defuntos, tão vivos como nós, demandando o mesmo destino universal....

Deveríamos habituar-nos cada vez mais, durante a vida, a não confundir real com material...

...Povos antigos mais avançados acompanhavam seus defuntos com luzes e flores, com cânticos e leituras religiosas. As auras pesadas produzidas pelo luto, pela tristeza, pelos lamentos dos sobreviventes, podem até ser um empecilho para a alma do falecido e dificultar- lhe a orientação em seu novo ambiente. Silêncio, calma, serenidade, criam um ambiente propício para a alma  em transição para outras regiões da existência.

Vibrações espirituais, como cântico e silenciosa meditação, deviam substituir a atmosfera de luto e tristeza, que em geral envolve o velório dos entes queridos que partiram para o além. Para o espírito não há ausência - há presença permanente.

Porque sofremos, páginas 35 a 38, Editora Martin Claret, 2006

domingo, 29 de maio de 2011

Sofredores profanos e iniciados

O problema não é sofrer ou não sofrer- o problema está em saber sofrer ou não saber sofrer.


Nenhum homem profano sabe sofrer decentemente- mas todo o iniciado pode sofrer serenamente, e até jubilosamente.


Que se entende por profano e iniciado?


Profano é todo aquele que está pró(diante) do fanum(santuário); é todo o exotérico que contempla o santuário do homem pelo lado de fora, e nunca entrou no seu interior... Iniciado é aquele que realizou o seu inire, o seu ir para dentro, a sua entrada no santuário de si mesmo; esse é um esotérico, um iniciado.


O profano é ignorante- o iniciado um sapiente de sua realidade...


Dificilmente, poderá o sofredor modificar as circunstâncias externas de sua vida que estão além do seu alcance, e por isto não pode abolir ou suavizar a sua dor.


O que o sofredor pode modificar é somente a substância interna de si mesmo, a atitude do seu Eu central, a sua consciência- e com esta nova perspectiva de dentro, o fenômeno externo do sofrimento adquire um aspecto totalmente diferente. Se o sofrimento não pode ser amável, pode ser pelo menos tolerável.


Todo o sofrimento, repetimos, é tolerável, quando o homem pode tolerar a si mesmo.


A amargura máxima do sofrimento não está no fenômeno externo dele, mas na atitude interna do sofredor. E essa correta atitude interna supõe autoconhecimento. Quando o sofredor sabe que não é o seu Eu divino,mas apenas o seu ego humano que sofre, então pode ele sofrer serenamente, e mesmo sabiamente-talvez até jubilosamente, por saber que ele está construindo a "única coisa necessária que nunca lhe será tirada."

A maior acerbidade do sofrimento ,como dizíamos, está na sua absurdidade, no seu aspecto paradoxal, no seu caráter antivital e antiexistencial-mas esse aspecto não vem do sofrimento em si, mas unicamente  da falsa perspectiva do sofredor. O sofrimento do sofredor profano é necessariamente absurdo, paradoxal, antivital, antiexistencial, e é capaz  de levar o sofredor à revolta, à frustração, ao suicídio, ou ao inferno em plena vida.

É pois de suprema  sabedoria que o homem mude de perspectiva e atitude- e isto, não quando vítima de uma tragédia, mas em tempos de paz e bonança. Dificilmente, o sofredor alcançará  essa serenidade durante o sofrimento, se antes dele, não a tiver alcançado... O homem deve vacinar, imunizar todo o seu ser com o soro da verdade sobre si mesmo, para que, na hora da tragédia, não sucumba ao impacto das bactérias mortíferas da revolta e do desespero.

... Quem enxerga o porquê da sua existência terrestre apenas nos gozos, já está  em vésperas de frustração. Quem confunde os objetivos da vida- fortuna, prazeres, divertimentos- com a razão-de-ser da sua existência- autoconhecimento e autorealização- é um profano, um exotérico, e não pode encontrar conforto na hora do sofrimento.

É suprema sabedoria iniciar-se na verdade do ser humano desde o princípio. Todos os objetivos da vida têm de ser integrados totalmente na razão-de-ser da existência.

Porque sofremos, páginas 32 a 34, Editora Martin Claret, 2006

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mantém contato com a natureza

É fato histórico que todos os homens realmente espiritualizados e profundamente felizes eram e são dedicados amigos da natureza...Refere o livro do Gênesis que Deus pôs o homem no meio de um jardim maravilhoso, uma espécie de pomar chamado Éden, para que cultivasse e se alimentasse de seus frutos. Só depois que o homem cometeu o primeiro homicídio é que ele abandonou a Natureza de Deus e preferiu a cidade dos homens. O homem espiritualizado, porém, continua amigo do Éden de Deus...


O homem primitivo, meramente sensorial, é escravo da Natureza.
O homem intelectualizado é escravocata e explorador da Natureza.
O homem espiritual é amigo e aliado da Natureza; compreende a Natureza, e a Natureza o compreende.


A nossa civilização moderna fez com que o homem se divorciasse, total ou parcialmente, da Natureza, fazendo o viver num ambiente artificial, desnatural, antinatural, não menos prejudicial ao corpo do que à alma...


O que leva muitos homens a abandonarem os campos e se aglomerarem nas cidades não é só a necessidade de cultura nem mesmo o desejo de lucros fáceis e rápidos,mas sim, e sobretudo, o horror à solidão. A solidão externa aterra o homem que não possui plenitude interna. Esse homem, interiormente vazio, tenta fugit de si mesmo e encher com barulhos externos a sua vacuidade interna...


...O homem moderno nunca voltará aos tempos do homem pré histórico, ou dos silvícolas de nossas florestas. A verdadeira natureza do homem é espiritual, divina. O verdadeiro regresso à Natureza é, pois, um "ingresso", uma entrada do homem para o seu próprio interior, espiritual, eterno, divino...


Só quando o homem atinge a sua verdadeira natureza espiritual é que ele se torna plenamente natural- e só então começa ele a compreender a alma da Natureza ao redor dele. Os nossos poetas e romancistas, não raro, celebram os encantos da natureza; mas a maior parte deles só conhece o corpo da Natureza, ignorando-lhe a alma.


Só o homem que encontrou dentro de si a natureza da alma é que pode compreender a alma da Natureza fora de si mesmo. Para, de fato, compreender a Natureza de Deus deve o homem compreender o Deus da Natureza.

Hoje em dia, milhares de pessoas das grandes cidades passam os domingos e feriados em seus sítios. Infelizmente, muitos desses "sitiantes" são verdadeiros "sitiados", porque vivem em voluntário "estado de sítio". O fato de não terem encontrado a sua natureza interior não os deixa viver na simbiose com a alma da natureza exterior.

Fugiram da poluição material da cidade, mas carregam consigo e transferem para o campo e para o mato a sua poluição mental e espiritual... O verdadeiro sitiante vai dormir cedo e acorda cedo, com o sol ou antes dele. Planta árvores frutíferas para si e sua família e para os passarinhos.

Não mata passarinhos nem os aprisiona em gaiolas. Convive com a alma de todos os seres vivos.

O caminho da felicidade, páginas 99 a 101-Segunda Edição-2005,Editora Martin Claret

sábado, 23 de abril de 2011

Não creias numa morte real!

Para milhares de pessoas, é a perspectiva da morte inevitável o principal motivo de infelicidade. E essa infelicidade cresce na razão direta em que se aproxima, inexoravelmente, o fim da existência terrestre. Aprenderam, em crianças, que a morte é o fim da vida, e não conseguiram, mais tarde, libertar-se desse erro tradicional. Pelo contrário, o horror à morte foi neles intensificado por certas doutrinas teológicas sobre um estado definitivo post-mortem...


A vida continua lá onde parou. Não pode um processo material e meramente negativo, como é a destruição do organismo, modificar essencialmente a vida do homem. Não pode a morte negativa fazer o que a vida positiva não faz.


Quando um ovinho de borboleta "morre" para o seu estado primitivo, não morre a vida interna do ovo, morre apenas o invólucro externo dele, a fim de possibilitar à vida latente e pequenina uma expansão maior e mais bela....Morre a pequena vida do ovinho para que possa viver a vida maior da lagarta.


Quando, semanas mais tarde, a lagarta também "morre" e se imobiliza no misterioso ataúde da crisálida ou do casulo, mais uma vez essa pseudo morte preludia uma nova fase de vida, mais ampla e plena que as duas etapas anteriores.


Finalmente, vem a terceira "morte" desse inseto em evolução ascencional e o ocaso dessa terceira fase da vida é a alvorada da vida mais deslumbrante que vai despontar- a borboleta.


Em cada nova metamorfose, o inseto morre com a mesma tranquilidade com que nasce e renasce, porque sabe institivamente que essas vicissitudes de luz e trevas, de movimento e imobilidade, de expansão e contração são necessárias para atingir a meta final de sua evolução. O inseto não é capaz de crear uma falsa teologia ou filosofia sobre si mesmo, e por isso não teme a morte, prelúdio de uma vida nova.

Também o homem "morre" a cada noite, quando se recolhe ao sono- a fim de ressuscitar, no dia seguinte, com vida nova e maiores forças. É uma inconsciência entre duas consciências. Assim como o sono não atinge a vida central do nosso Eu, e sim apenas o invólucro periférico, do mesmo modo a morte não afeta a nossa íntima essência, que dá vida aos invólucros externos...

Quando, pois, vês morrer um dos teus entes queridos, leitor, não te entristeças, não chores desconsolado, não fales em desastre ou catástrofe, não te cubras de luto. Fica em silêncio por algum tempo, abisma-te em ti mesmo, acompanhando com a alma a metamorfose da tua "borboleta"...

O melhor meio para não ter medo da morte é praticar diariamente a "morte voluntária", antes que venha a morte compulsória..."Eu morro todos os dias", escreve Paulo de Tarso,"e é por isso que eu vivo; mas não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim."

O caminho da felicidade, páginas 91 a 95-Segunda Edição-2005,Editora Martin Claret

domingo, 17 de abril de 2011

Seja o teu alimento o teu medicamento!

Se o homem observasse feilmente este preceito lapidar do médico/filósofo Hipócrates, reduziria em mais de 50% as suas misérias físicas. A humanidade de hoje costuma a ingerir dois tipos de venenos: uns chamam- se alimentos, outros chamam- se medicamentos. Se o homem ingerisse alimentos sadios, não teria necessidade de medicamentos. Saúde é harmonia com as leis da natureza, doença é desarmonia. As doenças não fazem parte do inventário  das matérias ou forças da natureza. As moléstias ocorrem por conta do abuso que o organismo faz das leis da natureza. Abuso é moléstia, uso é saúde.


Muitos homens se dizem infelizes porque não têm saúde. Ainda que a doença não seja, de per si, idêntica à infelicidade- porque é apenas sofrimento físico/mental- contudo, a moléstia predispõe para a infelicidade, sobretudo em se tratando de pessoas de pouca espiritualidade....


A ignorância das leis da natureza, a não observância da harmonia entre o indivíduo e o Universal- eis a causa principal dos nossos sofrimentos, nossos e da humanidade organicamente relacionada conosco...


O nosso corpo é o resultado dos alimentos que assimila. Se esses alimentos forem inteiramente saudáveis e consubstanciosos, não produzem doenças, nem haverá necessidade de remédios de espécie alguma...

Está cientificamente comprovado, tanto pela forma da dentição como pelas vias digestivas, que o homem não é carnivoro, como cães e gatos, nem propriamente herbívoro, como vacas e cavalos, mas antes frugívoro, como os símios e certos roedores. A principal dieta do homem deve consistir de frutas e sementes de toda espécie, aos quais poderá ser adicionada certa porcentagem de verdura.

A carne adulta não faz parte do cardápio humano, embora certos derivados de origem animal, como ovos e leiite, possam ser usados sem prejuízo. A abstenção de carne não é, em primeiro lugar,  um postulado de ordem ética, mas sim um imperativo de ordem biológica...

Todo e qualquer alimento é produto da luz solar. Essa luz ou energia solar, armazenada nos alimentos, chama-se "caloria". Nos vegetais a energia solar existe em primeira instância, isto é, em estado mais puro... A ciência provou que todas as coisas são "lucigênitas" (feitas de luz) e podem, por isso, ser "lucificadas"(transformadas em luz)....

A palavra latina vegetus de que derivamos "vegetal" e "vegetário", quer dizer "forte", "sadio".... As nossas doenças são filhas da nossa ignorância e moleza. Viver de acordo com a sapientíssimas leis da natureza é viver com saúde e felicidade.

O caminho da felicidade, páginas 77 a 82-Segunda Edição-2005,Editora Martin Claret